Meu relato pessoal é que quando eu tive o primeiro sintoma de Infarto, lembrando que sem saber que eu estava tendo um, o qual se iniciou com uma queimação no peito e falta de ar. Saindo para o trabalho, fui até uma UPA que fica um quarteirão da minha residência. Fui atendido com urgência, e já na maca, me deram um soro na veia e na sequência realizaram um Eletrocardiograma. Contudo o exame não revelou nada, e após alguma horas na UPA fui pra casa infartado, e no dia seguinte eu estava em uma UTI. Por isso achei importante falar sobre o Eletrocardiograma.
O eletrocardiograma (ECG) é uma ferramenta fundamental para avaliar a atividade elétrica do coração e ajuda na detecção de várias condições cardíacas, incluindo o infarto agudo do miocárdio (IAM), ou ataque cardíaco. No entanto, é possível que, em alguns casos, o exame não consiga detectar o infarto, especialmente se ele estiver em estágio inicial ou em locais específicos do coração. Abaixo estão algumas razões pelas quais isso pode ocorrer:
- Infartos não-transmurais ou subendocárdicos: O ECG é mais eficaz em identificar infartos que envolvem a parede completa do músculo cardíaco (infartos transmurais). Em infartos subendocárdicos (que afetam apenas uma parte mais interna do músculo), as alterações elétricas podem ser menos evidentes e não aparecerem de forma clara no exame.
- Infarto em fase inicial ou silencioso: Em algumas situações, o infarto está apenas começando, e as alterações elétricas ainda não são suficientemente intensas para serem captadas pelo ECG. Além disso, em casos de infartos silenciosos, onde os sintomas são leves ou ausentes, a pessoa pode não procurar ajuda rapidamente, dificultando a realização de um ECG no momento oportuno para detecção.
- Localização do infarto: O ECG registra a atividade elétrica do coração a partir de 12 derivações, que correspondem a diferentes “pontos de vista” do músculo cardíaco. No entanto, infartos que ocorrem em regiões menos visíveis para o ECG (como a parte posterior do coração) podem não apresentar alterações claras nos traçados das derivações comuns. Para esses casos, o médico pode solicitar derivações adicionais, como as posteriores, mas elas não são realizadas de rotina.
- Interpretação e variação individual: Alguns infartos podem causar alterações sutis que são difíceis de distinguir de outras variações individuais ou de condições que também afetam o ECG, como desequilíbrios eletrolíticos ou hipertrofia cardíaca. Uma interpretação cuidadosa e a análise de exames complementares (como exames de sangue para marcadores de necrose cardíaca) ajudam a confirmar ou descartar a suspeita de infarto.
- Infarto em pacientes com doenças cardíacas prévias: Pacientes com doenças como angina, hipertrofia ventricular ou até marca-passos podem apresentar alterações no ECG que mascaram os sinais de um infarto. Nestes casos, é mais difícil distinguir se uma mudança no traçado é nova ou se já fazia parte da condição do paciente.
Por essas razões, o ECG nem sempre é suficiente para confirmar ou descartar um infarto, sendo considerado um dos exames iniciais. Se há suspeita clínica forte, outros exames, como o ecocardiograma e a dosagem de enzimas cardíacas (troponina e CK-MB), são indicados para auxiliar no diagnóstico preciso.